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Natal Milionário: O "Nosso Natal 2024" teve um Preço Amargo de Uma Decoração que Não Representa o Povo

  • Foto do escritor: Didi Rodrigues
    Didi Rodrigues
  • 30 de dez. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 2 de jan.

Decoração natalina na esplanada dos ministérios em Brasília
Nosso Natal 2024 | Foto: Acervo da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa

A Esplanada dos Ministérios se transformou em um palco de luzes, música e enfeites natalinos com a realização do projeto “Nosso Natal 2024”. O custo, no entanto, foi bem mais pesado do que o brilho aparente: R$ 14,3 milhões saíram dos cofres públicos para financiar uma decoração que até agora é alvo de investigações por suspeitas de superfaturamento e desvio de recursos. A pergunta que ecoa é: em um cenário de tantas carências sociais no Distrito Federal, por que esse valor exorbitante foi direcionado para algo tão efêmera e questionável?


Superfaturamento e Contratação Sem Licitação


De acordo com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), há indícios de superfaturamento de R$ 6 milhões nesse projeto, um aumento de 69% no valor original previsto. Além disso, a Associação Amigos do Futuro, entidade responsável pela execução do evento, foi contratada sem licitação, um processo que deveria garantir transparência e economicidade na administração pública. A investigação aponta ainda que a associação pode ser uma entidade de fachada, sem empregados registrados ou movimentação de energia em sua sede.


O Impacto da Decisão: Lógica ou Insensibilidade?


Enquanto o Governo do Distrito Federal defende que o evento atraiu 1,2 milhão de pessoas e promoveu a economia criativa, é difícil ignorar as necessidades urgentes da população. Em uma região onde falta infraestrutura em comunidades periféricas, atendimento digno na saúde pública e programas eficazes de combate à desigualdade, esses R$ 14,3 milhões poderiam ter sido melhor empregados.


Investimentos Fúteis em Detrimento do Social


Imagine quantos leitos hospitalares poderiam ser abertos, quantas escolas poderiam receber reformas ou quantas famílias em situação de vulnerabilidade poderiam ser assistidas com esse montante. A decoração de Natal, embora bonita, é um luxo passageiro que não resolve problemas estruturais. A escolha de priorizar um evento como esse é, na melhor das hipóteses, insensível; na pior, uma afronta à dignidade da população.


"O governador deveria utilizar esse dinheiro para o que realmente é essencial para a população e não ficar tentando ofuscar a população com luzes e enfeites, enquanto eles estão precisando de segurança, saúde, educação, transporte e emprego para terem a sua dignidade valorizada", criticou Carlos Tabanez, empresário e ex-candidato nas últimas eleições, conhecido por seus projetos sociais que atuam diretamente com a população mais carente.


Corrupção: Um Vilão Persistente


A operação “Krampus”, que investiga os desvios nesse projeto, traz à tona um problema recorrente na administração pública: a corrupção que drena recursos e compromete o futuro da sociedade. O nome da operação, inspirado no personagem folclórico que pune maus comportamentos no Natal, não poderia ser mais adequado. Quem pune o governo por tais escolhas?


"São notícias graves, e é fundamental aguardarmos o andamento da investigação para formar uma opinião mais precisa. No entanto, como policial comprometido com a boa gestão dos recursos públicos e com a justiça, defendo que a luta contra a corrupção é imprescindível para a reconstrução do Brasil. Não podemos mais tolerar desvios de recursos, pois eles comprometem diretamente a vida do cidadão e o futuro do país. A transparência, a honestidade e a probidade devem balizar a administração pública." João Renato, policial penal do DF e mestre em políticas públicas.


Para Onde Vamos?


O Distrito Federal precisa urgentemente rever suas prioridades. Eventos como o “Nosso Natal 2024” devem ser celebrados apenas quando as demandas mais básicas da população estiverem atendidas. Enquanto isso, os cidadãos esperam que as investigações avancem e que os responsáveis sejam devidamente punidos.


Afinal, o verdadeiro espírito do Natal deveria ser sobre solidariedade e cuidado com o próximo, não sobre ostentação financiada com recursos públicos.



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